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Macrobiotic Global Institute promove cultivo de soja biológica e apoia nova empresa de tofu e tempeh em África

Atualizado: 24 de out. de 2024




Chama-se “The Soybean Solution” (A Solução da Soja) e é o mais recente projeto do Macrobiotic Global Institute (MGI), dos EUA, que vai explorar uma alternativa saudável e sustentável à crescente procura global de alimentos ricos em proteínas e sensibilizar para a forma como a substituição de produtos de origem animal promove a saúde humana e ambiental.

O projeto, filmado no Japão, nos EUA e em África, centra-se no cultivo de soja biológica, nos processos de fermentação tradicionais e nos benefícios para a saúde da incorporação de produtos à base de soja nas nossas dietas. Juntamente com o filme, a MGI dá vida à “Solução da Soja”, apoiando uma nova empresa industrial, a startup SoyDélices, no Benim, um país de língua francesa da África Ocidental com mais de 13 milhões de habitantes (ver mais informações em https://thesoybeansolution.org/). Os primeiros produtos desta empresa serão o tempeh e três variedades de tofu: simples, fumado e temperado. O tempeh é um alimento tradicional da Indonésia feito a partir de soja fermentada, que é muito popular em todo o Sudeste Asiático.


Patricio Garcia Paredes, um dos fundadores do MGI: "Vários estudos sugerem que a proteína de soja pode reduzir o risco de doenças cardíacas, diminuindo o colesterol no sangue e os níveis de gordura"


Prevenir doenças cardiovasculares

Patricio Garcia Paredes, um dos fundadores do MGI, afirma que “muitos estudos científicos nos últimos anos têm relatado as propriedades saudáveis ​​da soja e de seus produtos tradicionais”. Entre os seus muitos benefícios para a saúde, “o potencial para reduzir as doenças cardiovasculares é de particular interesse, porque é atualmente a principal causa de morte precoce em todo o Mundo”. E saber que o uso de alguns produtos tradicionais de soja pode ajudar a prevenir e possivelmente a recuperar de doenças cardiovasculares “é uma boa notícia para todos nós”. Porém, Paredes avisa “que não existe um alimento perfeito que por si só possa prevenir doenças crónicas”. E para obter os benefícios para a saúde associados aos alimentos à base de soja, “estes devem ser consumidos com moderação, como parte de uma dieta alimentar integral e bem equilibrada, à base de cereais e vegetais”.

O co-fundador do MGI recorda que vários estudos sugerem que a proteína de soja pode reduzir o risco de doenças cardíacas, diminuindo o colesterol no sangue e os níveis de gordura. Uma análise publicada no “New England Journal of Medicine”, da Sociedade Médica de Massachusetts (EUA), de 38 ensaios clínicos controlados, mostrou que a ingestão de aproximadamente 50 gramas de proteína de soja por dia em vez de proteína animal reduziu os níveis de colesterol total em 9,3%, do colesterol “mau” (LDL) em 12,9% e dos triglicéridos (gordura no sangue) em 10,5%. Tais reduções, se sustentadas ao longo do tempo, podem significar uma redução de 20% no risco de ataque cardíaco, de acidente vascular cerebral ou de outras formas de doenças cardiovasculares. Em 2000, a Comissão Nutricional da American Heart Association publicou uma declaração importante na revista “Circulation” (EUA), recomendando oficialmente a inclusão de 25 gramas ou mais de proteína integral de soja na dieta diária, juntamente com uma dieta pobre em gordura saturada e colesterol, como meio de promover a saúde do coração.


Redução do risco de doenças crónicas

“Algumas pessoas relacionam erroneamente os produtos de soja com resultados negativos para a saúde. Isso pode ser devido à desinformação, ao consumo excessivo ou ao consumo de produtos de soja de baixa qualidade”, alerta Patricio Garcia Paredes.

Num artigo intitulado “Conclusões obtidas em 20 anos de pesquisa sobre a soja”, publicado no “Journal of Nutrition”, da Sociedade Americana de Nutrição, alguns dos benefícios para a saúde associados aos alimentos à base de soja são referidos da seguinte forma: “Os alimentos à base de soja são reconhecidos há muito tempo pelo seu alto teor de proteína e baixo teor de gordura, mas ao longo dos últimos 20 anos, uma quantidade impressionante de investigações relacionadas com a soja avaliou o seu papel na redução do risco de doenças crónicas. Existem evidências animais e epidemiológicas intrigantes que indicam que quantidades modestas de soja consumidas durante a infância e/ou adolescência reduzem o risco de cancro da mama. As evidências também sugerem que a soja reduz o risco de cancro da próstata e inibe a metástase do tumor da próstata. A proteína de soja tem uma capacidade modesta de reduzir o colesterol, mas há evidências epidemiológicas sugestivas de que os alimentos à base de soja reduzem o risco da doença coronária, independentemente dos efeitos sobre o colesterol. No que diz respeito à saúde óssea, dois grandes estudos epidemiológicos prospetivos descobriram que a ingestão de soja está associada a reduções acentuadas nos riscos de fraturas”.

As isoflavonas da soja (estrógenos naturais), prossegue o mesmo artigo, “também aliviam as ondas de calor em mulheres na menopausa. Finalmente, além das reações alérgicas, geralmente devido ao consumo de produtos de soja muito processados ​em termos industriais ​ou à sua ingestão excessiva, quase não há evidências confiáveis ​​que sugiram que os alimentos tradicionais à base de soja exercem efeitos adversos clinicamente relevantes em indivíduos saudáveis, ​​quando consumidos em quantidades consistentes com os alimentos tradicionais asiáticos”.

Além de co-fundador do MGI, Patricio Garcia Paredes é também fundador, diretor e principal professor da Global Macrobiotics School, que tem parcerias com escolas da Malásia, China e Vietname. Antes destas funções, Paredes foi diretor de Educação e principal professor do Instituto Kushi do Japão.

A nova empresa startup SoyDélices, do Benin (África Ocidental), vai começar a fabricar tempeh e três variedades de tofu: simples, fumado e temperado

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© 2024 por Nuno Cesário

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